[Câncer de Mama] Diane Silva De Paula

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Diane - Tenho 34 anos, sou psicóloga, tenho um casal de filhos: Arthur com 6 anos e Beatriz com 3. Sou casada há 9 anos, com um companheiro de vida!
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Diane - Eu estava no final da minha segunda gestação, quando senti algo duro no seio esquerdo, pensei que era leite empedrado, já que do Arthur eu tive muito empedramento de leite. Fui numa consulta de rotina, estava perto das festas de final de ano, a minha GO, que também é mastologista, quando viu foi direto para a axila; passou uma ultrassonografia, que só fiz depois das festas, voltei e ela não gostou da imagem, já pediu a biopsia... fez uma carta a medica do laboratório pedindo que assim que o resultado saísse ligasse pra ela. Ate este momento eu não fazia ideia do que me esperava. Como eu estava gravida, o resultado saiu em 3 dias. Era uma sexta feira e eu completava 38 semanas de gestação, a casa terminando uma reforma, quando resolvi pegar o resultado pela internet. O chão abriu e eu não sabia o que fazer. A primeira coisa que fiz foi ligar para minha médica, como ela não podia me atender porque estava em atendimento, liguei para o meu marido, contei e pedi que viesse pra casa, só então contei a minha mãe que estava comigo porque minha bebe estava perto de nascer, mal sabíamos que ela passaria o ano inteiro cuidando de nós! Na sequencia a Dra Juliana me ligou, e pediu que eu fosse pra lá, já com as malas, porque Beatriz teria que nascer!
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Diane - Só a pedra no seio.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Diane - Nenhum.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Diane - O chão abriu, e a primeira coisa que pensei era que ia morrer, parecia que a morte estava do meu lado, esperando um vacilo meu. O nascimento da minha filha foi uma dualidade de emoções, eu vivi a felicidade da vida, comemorando o nascimento da pequena e a tristeza do diagnostico, o medo da morte, tudo ao mesmo tempo! Nossos amigos foram nos visitar felizes, e quando chegavam lá choravam porque naquele momento a dor era maior que a felicidade, foi tenso; mas aos poucos fui juntando os cacos, se já era apegada a Deus, chamei Ele para mais perto de mim, o medo diminuiu e comecei a lutar pela vida!
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Diane - De morrer, de deixar meus filhos tão pequenos. Isso era e ainda é assustador!
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Diane - Fiz quimio, a cirurgia de adenomastectomia bilateral (tudo que eu não queria era passar por tudo aquilo de novo) e 33 sessões de rádio. Há 1 mês e meio atrás, descobri um novo nodulo, quase no mesmo lugar do primeiro. Fiz ultrassom, mamografia e por fim a biopsia (que constatou o câncer). Agora estou esperando o resultado do PET-CT e da analise imunohistoquimica para só então saber quais serão os próximos passos. Se uma nova cirurgia primeiro, ou se a quimio!! A quimio, todo mundo sabe dos efeitos colaterais que variam de paciente, mas a queda do cabelo nos primeiros meses você lida bem, com o tempo fica sem graça estar careca, e tudo que você deseja é que aquilo acabe logo. A cirurgia, você tem que lidar com a perda da sensibilidade dos seios, viva a terapia!! Porque o seio é símbolo do feminino, esta diretamente ligado a sexualidade e trabalhar isso pode parecer pequeno, mas não é, se a cabeça não estiver boa, pode ser uma areia movediça para a relação! A rádio, no meu caso, o único inconveniente era ter que ir até lá todos os dias, de segunda a sexta. Fora isso, foi tranquilo.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Diane - A quimioterapia com certeza, embora a decisão de retirada das mamas também não foi fácil!
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Diane - Alguns enjoos, vômitos, mas nada muito significativo. Em compensação, na primeira quimio, tive febre, corri para o hospital, pois não estava mais respondendo a medicação, a febre voltava em menos de 4 horas. Estava com uma infecção intestinal e a imunidade quase zerada. Ali, começava a minha guerra, passei todo o tratamento lutando para a minha imunidade subir. Não conseguia fazer os ciclos a cada 21 dias, tive que tomar injeções de granulokine e tomava um suco verde que a nutricionista passou que ajudava na imunidade!
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Diane - Odiei a minha primeira consulta, achei ele frio e distante, mas eu também estava muito sensível, tinha acabado de ter uma filha! Com o tempo a relação foi estreitando, hoje é ótima, acho ele um fofo e confio muito no seu trabalho!
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Diane - A mastologista, nutricionista, passei num hemato e o cirurgião!
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Diane - Sou psicóloga e sei a importância do acompanhamento terapêutico. Como o meu caso é de reicidiva e desconfiando de metástase, não quero neste momento a terapia individual e estou procurando grupos de apoio. Se eu não achar, vou na individual mesmo!
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Diane - Ainda estou digerindo tudo novamente. Nunca mais havia cortado o cabelo, estava passando dos ombros, quando descobri o CA, cortei chanelzinho, já praticando o desapego!
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Diane - Fechei o consultório, depois tentei voltar, mas não achei que era o momento, queria curtir mais meus filhos. Estava me preparando para voltar em 2016.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Diane - Tirei a habilitação especial, mas ainda não comprei o carro com o desconto. Saquei o FGTS também.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Diane - Todas as minhas energias estão focadas na minha cura. Quero ficar bem, quero criar meus filhos, eles ainda são muito pequenos e precisam de mim!
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Diane - Chore, se descabele, bote pra fora a sua dor, mesmo que seja sozinha, no escuro do quarto, quando a única pessoa que pode te ver é Deus, mas não tente ser forte o tempo todo; é importante por para fora, você já tem um mal indesejado grande por demais para lidar. Mas, depois que chorar tudo que tiver para chorar, questionar tudo que puder, se indignar... Junte os cacos, levante, enxugue as lágrimas ou então deixe que elas continuem caindo, coloque a sua fé em ação e mas comece a lutar bravamente, você é mais forte que o câncer e pode vence-lo!!!
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Diane - Através do facebook, justamente procurando pelo grupo de apoio!
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Diane - Tentem montar o grupo de apoio novamente, com uma divulgação mais estendida. Quem sabe?!?
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Diane - O Brasil está tão desacreditado em todas as fatias, que precisaria mudar a mentalidade e a educação dos nossos políticos, a coisa tem que mudar de cima para baixo, infelizmente eles não dependem do SUS para os seus tratamentos ou de seus familiares, porque só assim eles sentiriam na pele o que o povo passa! Faço pelo convenio e encontro tanta dificuldade travestida de burocracia, que imagino quem depende exclusivamente do SUS!
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