[Câncer de Tireoide] Cristina Laus

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Cristina - Tenho 39 anos, sou estudante universitária, solteira e de SC.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Cristina - Num exame de rotina, em uma consulta médica. Assim descobri os nódulos.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Cristina - Não.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Cristina - Muito poucas, quase nenhuma no câncer primário. Acontece que o tratamento que me deram em SC não foi adequado e tive metástases no mediastino. Foi difícil chegar a uma conclusão, passei em alguns médicos até chegar ao doutor que me deu diagnóstico da metástases, me operou e curou.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Cristina - Fiquei abalada, mas minha família ficou mais. Eu senti uma força muito grande.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Cristina - Minha preocupação na primeira vez era convencer meus país a enfrentarem a doença comigo de frente. E nas metástases, ter dinheiro para o tratamento que foi tentar a cura em SP. Lá eu consegui.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Cristina - Bem, a cirurgia mediastino que é mais complexa. Passei melhor que dá tireoide assim, pois fiquei num hospital com enfermagem e médico que me deram todo apoio e carinho. Eu acho parte mais difícil foram as iodo terapias que ficar isolada pra mim era muito difícil, que devido a um trauma eu estava com depressão e TOC no auge, mas a terceira iodo, que foi depois que operei mediastino, foi mais fácil. Me sentia melhor e estava sendo tratada desses transtornos também.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Cristina - O tratamento mais difícil pra mim é população ter acesso a bons tratamentos, é muito difícil e a desinformação e também o medo. Isso é o mais difícil de tudo.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Cristina - Não senti nada não, só um pouco de dor e sensação mais horrível é a de estar entubada, acordada na UTI.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Cristina - Foi e é a melhor possível até hoje. Tratamento fraterno, diferente dos outros médicos que passei. Acho que por isso também tratamento foi tão eficiente.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Cristina - Porque não tinha conhecimento de nada. Ia onde me indicavam e me sentia em alguns profissionais um nada. Não sei se porque acham que sou manhosa, mas pra mim ter relacionamento bom e próximo ao médico é importantíssimo.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Cristina - Fiz, na época da cirurgia da tireoide. Mas pouco adiantou, pois faltava o que tenho com meu oncologista hoje: o respeito, a confiança e o afeto fraterno.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Cristina - Estou curada do câncer, voltei a poder estudar, depois do colegial que tive todos os problemas de saúde parei, e agora depois de 28 anos quase estou cursando faculdade a distância. Estou estabilizada de transtornos psiquiátricos.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Cristina - Nunca pude trabalhar porque vivi muitos anos atrás da cura e diagnóstico na época da metástases até encontrá-la e meu câncer primário foi assim que encerrei o colegial.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Cristina - Oh!! Sim, fui uma das primeiras pessoas a fazer o Pet Scan no país, só tinha em SP na época e pedi ao meu convênio que negou e fui à luta pelos meus direitos. Na época, nem Pet CT existia e era um exame muito caro. E ainda mais tinha que tomar injeção de TSH sintética pra fazer o exame.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Cristina - Viver intensamente cada novo dia.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Cristina - Lute, encare a doença como um obstáculo a ser superado. Um mal que vem pra bem, sei que é difícil pensar assim, mas me considero uma pessoa muito melhor depois do câncer, depois de mais de dez anos de luta. Meu câncer primário era super simples, tinha 95% de cura, e eu fiquei nos 5%. Tive metástases, sofri muito, ficamos a zero, hoje recuperamos. E sem o câncer eu não seria a Cristina de hoje. Sou alguém muito melhor, mais corajosa e muito, muito mais espiritualizada.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Cristina - Google.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Cristina - Gostaria de conhecer melhor trabalho de vocês e oportunidade de contar minha história melhor, que muito linda e bem mais que isso. Meu sonho é poder ajudar pessoas com câncer, nem que seja com um sorriso.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Cristina - Acho que políticos brasileiros têm em primeiro lugar a pagarem tratamento deles com dinheiro deles, não com o do Estado, que também é nosso. Acho que tem todo direito de procurar melhor tratamento como eu também procurei, mas não é justo com o povo brasileiro eles serem tratados com dinheiro da União. E darem um tratamento mais rápido pelo SUS.
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