[Tumores Ósseos] Carolina Scatolini

Aprendendo com Você
Carolina Scatolini
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Carolina - Sou a Carol, mais conhecida como Caca. Arquiteta e professora, tenho quase 30 anos, não tenho filhos, quando fui diagnosticada tinha um namoro firme e estável de 4 anos e que no meio do tratamento acabou, mas atualmente comecei um novo relacionamento. Sempre morei em São Paulo, mas por causa do câncer moro há dois anos em Atibaia, SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Carolina - Descobri de um jeito meio engraçado. Estava indo comprar um edredom novo e cai no vão entre o trem e a plataforma da estação pinheiros da CPTM. Foi assim que pela primeira vez algo estranho apareceu, mas fui diagnosticada depois de quase um ano por causa de uma aposta com meus amigos. Falei que ia provar para todos que o SUS funcionava. Quando fui no clínico geral, ele viu meu Raio X, falou que eu estava com osteoporose avançada e me agendou um reumato e um orto com urgência. Então, no dia 09/01/2014, fui oficialmente diagnosticada com câncer ósseo.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Carolina - Nada.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Carolina - Para ser diagnosticada nenhum. Porém, depois foi muito difícil conseguir um tratamento especializado.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Carolina - Não acreditei na hora. Só acreditei depois do terceiro ou quarto médico diferente me confirmar. Pensei que no mínimo ia ficar sem perna ou ia morrer
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Carolina - Como as pessoas próximas iriam reagir. Então, não contei para ninguém.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Carolina - Estou só na vigia agora. Tudo foi difícil. Muita morfina, muita dor e muita muleta. Hoje ainda sinto muitas dores na perna, mas enfrento melhor.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Carolina - A cirurgia, pois além dela ser tensa por si só, a sensação de alguém ter tirado um pedaço do seu corpo é horrível.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Carolina - Muita dor. Tirar um pedaço do osso e ter uma placa com doze parafusos não é mole não. Lidei com isso sozinha, não tive ninguém ao meu lado. Chorei muito, mas acho que isso me ensinou demais a dar valor à vida.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Carolina - Incrível!!! Dr. Fábio e sua equipe são ótimos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Carolina - Sim, psicólogos, nutricionista, fisioterapeuta, dentista e todas as especialidades médicas existentes. Psicóloga eu já ia antes de saber do câncer e eu só continuei indo. Nutricionista foi por que eu engordei durante o tratamento e eu precisava perder peso e não podia fazer exercício, fisioterapeuta na recuperação da cirurgia, dentista pois tomei mil tipos de antibióticos que acabaram com o esmalte dos meus dentes e os outros médicos para manter toda a minha saúde em dia.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Carolina - Já fazia antes no câncer, mas depois da cirurgia me afastei.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Carolina - Hoje está tudo mudado. Muitas coisas aconteceram além do câncer. Meu relacionamento "estável " acabou por causa do câncer, tive que parar de trabalhar, me mudar de casa e cidade, não podia fazer nada sozinha. Meu avô faleceu de câncer e minha melhor amiga também, mas eu aprendi muito. Dou mais valor para casa dia. Apesar de ter abandonado minha antiga vida me reinventei, me lembrei dos meus sonhos, abri meu próprio escritório de arquitetura e nunca parei de dar aulas mesmo de muletas. Não ganho o quanto eu ganhava antes e não tenho mais condições de ter 4 empregos, morar sozinha e manter uma casa e dois gatos. Mas aprendi a dar outros valores. Hoje trabalho em casa. Tenho um ritmo mais lento, mas faço o que gosto. Cuido mais de mim e entendo que tenho limites.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Carolina - Parei por causa do câncer, mas hoje trabalho de outra forma.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Carolina - Não, não sei muito deles. O INSS negou o benefício.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Carolina - Quero continuar meu escritório. Ganhar mercado e estudar bastante.
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Carolina - É só uma doença como qualquer outra.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Carolina - Internet.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Carolina - Apesar de tudo, meu tratamento no A. C. Camargo foi incrível não tenho o que reclamar. Até hoje faço o acompanhamento lá e é incrível!
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