[] [CÂNCER DE OVÁRIO] Fernanda Costa

Aprendendo com Você
  • Fernanda Costa, diagnosticada com câncer de ovário, nos enviou este depoimento a fim de dividir sua experiência e, quem sabe, ajudar outras pessoas que estejam passando pela mesma experiência.

    Leia abaixo a história de Fernanda Costa.

    Estou aqui para contar uma parte da minha vida que foi assustadora. 

    Tudo começou no dia 23 de dezembro, na minha primeira consulta no INCA (Instituto Nacional de Câncer). Nesse dia descobri que estava com um tumor no ovário. Os médicos falaram que poderia ser maligno ou benigno. 

    Fiquei triste, mas até então, não chorava. 

    Dia 24 de dezembro tive que fazer o exame de tomografia, o pior exame da minha vida. Eu estava indisposta para comemorar o Natal, só queria ficar na minha ou dormir. Depois desse dia foi quando eu comecei a chorar e chorei muito, na maioria das vezes me trancava no banheiro para chorar. 

    Dia 4 de janeiro minha mãe chegou no Rio para me acompanhar no exame que estava marcado para o dia 6, exame de sangue e raio-x. No dia 17 de janeiro eu tive uma consulta com o anestesista e com a assistente social. Nesse mesmo dia minha mãe perguntou ao anestesista se o tumor podia ser benigno ou maligno e infelizmente o anestesista disse que eu estava com derrame pulmonar e isso era característica de maligno. 

    Meus olhos se encheram de lágrimas, quando eu sai da sala do anestesista fui direto falar com o meu namorado, ele disse para sempre manter o pensamento positivo, na verdade toda minha família dizia isso. Foi quando eu comecei a sentir pena de mim mesma e a pensar " por que comigo ?" ou "eu não quero ficar careca ".

    No dia 24 de janeiro eu tinha consulta com a psicóloga ela me perguntou se eu chorava muito e eu respondi que achava que minhas lagrimas tinham acabado de tanto que chorava. No mesmo dia meu pai foi marcar a mesa redonda. Dia 31 de janeiro eu tive a mesa redonda, os médicos se reuniram para ver qual era a melhor coisa a se fazer, se iria tirar todo o meu órgão reprodutivo ou só um ovário. Fiquei triste em saber que eu tinha uma pequena possibilidade de não poder ter filhos. 

    Dia 10 de fevereiro foi o dia da minha internação. Fiz uma amiga enquanto estava internada o nome dela é Patrícia ela teve câncer no cólo do útero e teve que fazer quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. Uma coisa que sempre me chamou atenção e que ela nunca estava triste sempre estava de bom humor e ajudando os outros pacientes. Quando eu cheguei na infernaria e meu pai disse que iria embora eu comecei a chorar, foi quando ela falou " Não chora não, aqui pode ser o pior lugar do mundo, mas vai ser aqui que você vai ser curada".

    Até que chegou o dia 11 de fevereiro, o dia da minha cirurgia, eu estava a mil de tão nervosa. Às 14 horas o maqueiro foi na infernaria me chamar para subir, mas antes eu fui no banheiro com a minha mãe e ela disse "Deus, entrego a minha filha em tuas mãos!" 

    Eu não parava de chorar de tão nervosa. Os médicos começaram a conversar comigo para me acalmar um pouco, depois disso não me lembro de mais nada. Quando acabou a cirurgia eu ouvi o maqueiro me chamando e minha mãe falando que eu estava curada. Logo depois voltei a dormir, até que o médico que me operou falou que eu estava com câncer e que as chances de fazer quimioterapia era pouca, me lembro também de perguntar se eu ficaria careca, mas não consegui ouvir a resposta do médico.

    Minha mãe, minha madrasta e minha tia estavam fazendo a festa no hospital. Meu namorado estava chorando muito no telefone falando comigo e meu pai orando por mim. 

    Eu agradeço muito à Deus, agradeço pela minha cura. Agradeço também a todos que ficaram ao meu lado nesse momento tão difícil em minha vida. Agradeço aos médicos e aos enfermeiros que me trataram com todo o carinho. 

    Como minha mãe disse: eu sou uma guerreira, uma guerreira bem forte porque não baixei a cabeça e lutei até o final com todas as forças que tinha. Agora eu vivo a minha vida bem intensamente sem pressa, vivo cada minuto como se fosse o último. Nesse tempo em que estava com o câncer não estava apenas sobrevivendo, estava vivendo e vivendo ao lado das pessoas que mais me amam e que mais amo.
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