[] [CÂNCER DE MAMA] Mariluce Da Silva

Aprendendo com Você
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    Mariluce da Silva - Sou Mariluce Chaves da Silva, tenho 32  anos, moro em João Pessoa/PB, tenho 4 filhos dois meninos e duas meninas, três deles adolescentes e um menor. Sou divorciada há três anos  e moro só com eles. Sempre fui uma pessoa extrovertida e de bom humor... gosto muito de fazer artesanato, cozinhar e quando tenho condições de passear com meus filhos. Trabalho há cinco anos como prestadora de serviços na prefeitura de minha cidade como bibliotecária em uma escola pública, mas atualmente estou afastada.

    Instituto Oncoguia - Qual o seu tipo de câncer?

    Mariluce da Silva - Tive carcinoma ductal infiltrante grau 2 estadio 3 .
     
    Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?
     
    Mariluce da Silva - Eu descobri  fazendo o autoexame, só que no ano de 2012 mais ou menos na metade do ano eu levei uma pancada muito forte no seio direito na biblioteca onde trabalho. Depois de vários meses eu passei a sentir algo diferente e a ficar preocupada. Quando eu fui atrás de atendimento não consegui pois era final do ano de 2012 e faltava médico em alguns órgãos públicos. 

    Quando passou esse período fui  em um PSF em busca de atendimento só que na primeira tentativa  não tive sorte pois o posto estava sem médico. passou mais um mês fui novamente dessa vez consegui falar com uma médica estagiaria só que ela passou uma hora comigo no consultório e quando terminou as perguntas eu a perguntei se não iria me examinar e ela disse que só na outra consulta. Sei que depois fui outras vezes e essa médica já não estava  mas lá e tive que esperar outra que iria ficar no lugar dela. Quando eu consegui falar novamente sobre o que eu tinha já era mês de maio de 2013 eu já estava um pouco triste com aquela situação pois eu sabia o que eu sentia no meu seio não estava normal, pois, cada mês eu sentia diferente e crescendo e até passei a ficar mas preocupada, pois eu pensava: se for mesmo o câncer eu quero logo tratar.

    Quando eu consegui já foi com a médica nova ,essa sim me tratou muito bem e quando falei sobre o assunto ela foi logo me examinando e passando uma bateria de exames, encaminhando pra uma mastologista só que ainda assim esperei mas um mês pra falar com ela. Só que pra resumir eu só vim a ter todos os resultados de exames em agosto de 2013. Dia 06 de agosto de 2013 e acusou que eu estava com câncer .

    Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? 
     
    Mariluce da Silva - Eu soube primeiro através da internet pois eu recebi o exame e abri. Como eu não estava entendendo o que tinha no papel e ainda faltavam 19 dias pra minha consulta com minha mastologista, não aguentei esperar e saí pesquisando e soube que era maligno. Depois disso chorei muito, pois, fiquei por um momento pensando no pior, pensei nos meus filhos que dependem de mim e do meu caçula de 6 anos. Naquele momento ninguém sabia o que eu estava passando porque todos os outros meses fiquei calada sem falar nada. Só que como sou Cristã parei de chorar e comecei a pedir ajuda a Deus e o que for preciso fazer eu ira fazer pra me curar. 
    Fui falar com uma mastologista que não era a que eu ia me consultar só pra ter certeza, mas essa médica me deixou muito mal, porque ela  foi muito insensível ao me dar a notícia, porém, quando ela veio me falar eu já sabia o que eu tinha, só fui mesmo pra ter certeza. Mas louvo à Deus que me colocou uma outra  médica muito boa. Tive a notícia da maneira que tinha que ser e eu sempre digo que ela me "pegou no colo", porque ela me acalmou e mostrou um caminho a seguir. 
     
    Me  lembro até hoje a seguinte frase: "Não pense que sua vida acabou aqui, na verdade sua luta começa agora!" vc tem que se cuidar primeiro pra poder cuidar dos seus filhos e que se eu tinha que vencer, para isso eu teria que lutar e não desistir nunca.

    Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?
     
    Mariluce da Silva - De início tive medo que o tumor tivesse se espalhado pelo corpo, afinal, fiquei com o tumor durante meses, mas graças a Deus ele estava apenas na mama direita, porém, tive que fazer e mastectomia radical com esvaziamento das axilas. Tive medo do tratamento.
     
    Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?
     
    Mariluce da Silva - Após a fase de descoberta, a médica agendou a cirurgia, foi em 2 de setembro/2013,  foi feita a mastectomia  radical com o esvaziamento de 19 linfonodos, 16 estavam comprometido. Depois de 60 dias da cirurgia, iniciei a quimioterapia. Foram 4 quimios vermelhas e a última tomei esse ano, dia 13 do mês de janeiro de 2014. As brancas ainda vou saber quantas vou tomar. Tive muitas reações enjoos, tonturas,cansaço etc... 

    Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? 
     
    Mariluce da Silva - Na minha opinião a quimioterapia foi mais difícil, porque eu me sentia um zumbi, o corpo ficava uns 3 ou 8 dias pesado, mole, não queria fazer muita coisa, o gosto de remédio era forte, mas depois desses 8 dias eu voltava à vida normal, saia pra resolver minhas coisas...
     
    Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais? 
     
    Mariluce da Silva - Bom, a quimio vermelha me deixou com muitos efeitos, porque os cabelos caíram, o corpo ficava estranho por 8 dias. As brancas ainda vou começar.
     
    Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?
     
     Mariluce da Silva - A relação com os  médicos que estou agora estão sendo ótimas, tenho os celulares deles, sempre se colocaram à disposição para qualquer problema, nunca tive problema, graças a Deus, só encontrei anjos na forma de médicos.
     
    Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou? 
     
    Mariluce da Silva - Com os psicólogos, fisioterapeutas  e os meus médicos me perguntaram se alguém da minha família já teve e ninguém teve. Anos e anos e ninguém na minha família teve câncer de mama ou ovário, o exame deu negativo.
     
    Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?
     
    Mariluce da Silva - Eu procurei uma psicóloga, porque eu passei a ficar meio em depressão, mas estou bem melhor. O segredo é aceitar a doença como coisa passageira e o tratamento como aliado, aí as coisas fluem melhor.
     
    Instituto Oncoguia - E com nutricionista?
     
    Mariluce da Silva - Eu procurei, mas ainda não consegui falar com uma, mas mesmo assim deixei de comer muitas coisas que eu comia e passei a comer mas frutas e legumes.

    Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?
     
    Mariluce da Silva - Eu estou em tratamento ainda vou ainda tomar as quimios brancas, radioterapia etc.
     
    Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? 
     
    Mariluce da Silva - Eu mudei minha vida para melhor, evito certos aborrecimentos, prefiro dar importância ao que realmente importa, fora isso, minha vida hoje segue normal, apesar de  muitas dificuldades financeiras por ser mãe divorciada e tudo... Só eu que  tenho que resolver  mas mesmo assim eu luto, corro atrás e tento tirar das situações o melhor  possível mesmo se não for uma coisa boa, mas eu tento tirar o melhor sempre em qualquer situação.

    Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.
     
    Mariluce da Silva - Bom, no momento não estou trabalhando, estou afastada do meu trabalho e recebo auxílio – doença.

    Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?
     
    Mariluce da Silva - De início é preciso ter fé colocar Deus na frente pois ele só ele que restaura nossas forças e nos cura, depois aceitar a condição que está vivendo, é muito importante saber sobre a doença e não ter medo de dizer que está com câncer, é apenas uma fase. Segundo, tem que ver os tratamentos como aliados, são eles que vão exterminar qualquer célula ruim no corpo. E entrar na "guerra" para ganhar, de cabeça erguida e fé em Deus.
     
    Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?
     
    Mariluce da Silva - É bom a gente saber sobre o que acontece em nosso corpo, eu tirava as dúvidas com o médico, às vezes pesquiso algo na internet, o que me ajuda a entender certos sintomas.
     
    Instituto Oncoguia - Você buscou se informar? 
     
    Mariluce da Silva - Sim, sempre pesquiso  na internet e converso com o oncologista.
     
    Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  
     
    Mariluce da Silva - Através de minhas pesquisas na internet .
     
    Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?
     
    Mariluce da Silva - A sugestão é: continuem ajudando pessoas que precisam de informações sobre o câncer e seus tratamentos, além dos direitos, que muitos não sabem. Pois vocês são de grande importância para mim e creio pra muitas outras pessoas.
     
    Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou? 

    Mariluce da Silva - Eu pediria que liberassem mais rápido os exames e as outras coisa que uma pessoa que esta em tratamento do câncer precisa  pelo sus, para que muitas pessoas consigam começar o tratamento rápido.
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