[Sarcoma de Partes Moles] Camila Apolonio Rodrigues

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Camila - Sou Camila Apolonio Rodrigues, 29 anos, professora, sem filhos, casada a 9 anos, residente em Bauru - SP.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Camila - Percebi um inchaço em minha panturrilha esquerda e um certo incomodo ao flexionar a perna. Em seguida procurei um ortopedista que solicitou uma Ressonância Magnética. Ao levar o resultado para o ortopedista, o mesmo me orientou a procurar um especialista pois não era sua especialidade. Até esse momento não tinha certeza do diagnóstico, pois o médico da ressonância escreveu em sua hipótese diagnóstica que poderia ser um Sarcoma de Partes Moles. Mas como disse anteriormente, meu ortopedista não confirmou nada, apenas me encaminhou para um especialista. A curiosidade foi bem grande e iniciei pesquisas na internet para saber do que se tratava. Enfim, consegui uma consulta com um ortopedista oncologista no Hospital das Clínicas de Botucatu que confirmou a existência do tumor e agressivo. Sai do hospital com a biopsia agendada para iniciar o tratamento o mais rápido possível.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Camila - Apenas senti uma certa dificuldade em flexionar a perna e posteriormente percebi o inchaço na panturrilha esquerda. Não sentia dores.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Camila - A dificuldade maior foi o tempo, pois minha biopsia foi realizada no dia 10 de dezembro e o prazo para os resultados era de 30 a 40 dias. Como iniciei meu tratamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, esse período é de férias, e precisei aguardar o retorno das atividades do hospital. No retorno das atividades meu ortopedista confirmou o sarcoma e me explicou que se tratava de um tumor desmóide. O tumor estava grande e caso não respondesse ao tratamento oncológico o único caminho seria o cirúrgico, o que acarretaria a amputação de minha perna esquerda. O ortopedista escreveu para o oncologista que a cirurgia seria a última opção, pois havia possibilidades do tumor regredir e a cirurgia ser menos agressiva.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Camila - Fiquei confusa, com medo e perdida, pois a gente nunca espera ser acometido com um doença tão sofrida. Perdi minha mãe por conta de um câncer e passar por tudo isso de novo não me trazia lembranças muito boas.
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Camila - Minha maior preocupação era o tratamento, pois os médicos ainda não haviam dito como seria (radio, quimio ou medicação oral). Minhas pesquisas na internet me deixaram mais preocupadas, pois as poucas informações que encontrei eram de pacientes que estiveram/estavam em tratamento e que para esse tipo de tumor ainda não havia um tratamento certo e efetivo, ou seja, cada um reage de um jeito. Não sabia se pesquisar era benéfico ou não, pois encontrava mais coisas negativas. Enfim, decidi esperar pelo médico oncologista e confiar no que Deus tinha preparado para mim.
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Camila - Iniciei o tratamento em fevereiro no Hospital Estadual de minha cidade. O oncologista do Hospital das Clínicas prescreveu sessões de radioterapia e medicação oral, porém resido em Bauru e ir às sessões diárias de quimioterapia em Botucatu seria difícil, afinal não seria fácil enfrentar 200 km de ida e volta. Solicitei ao oncologista que me encaminhasse para um oncologista em minha cidade e ele assim o fez. Confesso que estava feliz em fazer radioterapia, pois sempre tive cabelos lisos e compridos e a radioterapia não o colocaria em risco. Minha felicidade durou apenas alguns dias, pois ao consultar o oncologista de minha cidade o mesmo me informou que meu tumor era agressivo e não reagiria a radioterapia, portanto iria iniciar na semana seguinte as sessões de quimioterapia. Neste exato momento apenas disse "Tudo bem" e os olhos lacrimejaram. Ele olhou para mim e continuou: "Você vai fazer três ciclos de quatro sessões e seus cabelos irão cair". Continuei firme e perguntei: "A quimioterapia que irei fazer é conhecida como branca ou vermelha?" Ele respondeu que todas seriam da vermelha, mas que tudo daria certo no final. Enfim, já fiz dois ciclos, meus cabelos caíram e, podem acreditar, essa foi a parte mais fácil. Falta apenas um ciclo (4 sessões) e a grande notícia é que o tumor está regredindo!
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Camila - O tratamento do câncer é difícil! Independente do caminho percorrido. Receber essa notícia é muito impactante! Os efeitos dos medicamentos os médicos sabem como diminuir, mas os efeitos psicológicos são invisíveis e só quem passa por isso sabe como é.
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Camila - Após as quimioterapias sinto muita moleza, cansaço e sono. O paladar fica alterado, dores de cabeça e constipação. Mesmo com o paladar alterado eu me alimento e bebo muita água para não desidratar e para as dores de cabeça tomo analgésico, mas só se estiver muito forte.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Camila - Minha relação com meus médicos são boas. Eles são muito atenciosos.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Camila - Não diretamente. Quando vou as sessões de quimioterapia as psicólogas perguntam se está tudo bem e se colocam a disposição caso necessário, mas não senti essa necessidade.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Camila - Não faço. Aceitei a doença e o tratamento. Acredito que isso tenha me ajudado bastante a lidar com tudo, mas isso não significa que não precisarei. Ainda estou em tratamento e tudo pode mudar e a necessidade aparecer.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Camila - Minha vida hoje está um pouco tediosa, pois sou uma pessoa bem ativa e por conta do tratamento estou ficando o tempo todo em casa.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Camila - Estou de licença do meu trabalho por conta do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Camila - Sim. Estou com uma carta do médico para a retirada de meu FGTS, pois como me tornei funcionária pública, meu FGTS só poderia ser retirado daqui dois anos.
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Camila - Para o futuro pretendo me tornar mãe, fazer uma viagem para o exterior e ser feliz!
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Camila - Diria para confiar em Deus, ser positivo e não jogar a toalha. É difícil, mas somos maiores do que o câncer e podemos vencer essa batalha.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Camila - Pesquisando na internet.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Camila - Sim. Se puderem colocar maiores informações sobre os sarcomas existentes.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Camila - Maior agilidade na saúde para realização de exames para prevenção do câncer. Hoje é muito demorado o que agravando a doença e tornando o tratamento mais doloroso aos pacientes.
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