[Câncer de Mama] Anna Layse Barros

Aprendendo com Você
  • Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Anna - Tenho 26 anos, sou farmacêutica por formação e professora por paixão, noiva e sem filhos. Natural de Presidente Dutra, uma cidade do interior do Maranhão.
  • Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Anna - Descobri meu câncer de mama, aos 25 anos, após palpar um nódulo no seio esquerdo, fui a Teresina, capital do Piauí e lá consultei primeiramente uma ginecologista que pediu uma ultrassonografia das mamas, nesse exame foram detectadas características de um nódulo maligno, então a ginecologista me encaminhou a um mastologista que pediu uma biópsia que foi inconclusiva, então fiz a retirada do nódulo, minha primeira cirurgia, e após a biópsia desse nódulo, tive a certeza do câncer.
  • Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Anna - Sim, apenas a presença do nódulo palpável no seio.
  • Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Anna - Os exames não chegavam ao diagnóstico, apenas depois de me submeter a uma cirurgia foi que cheguei ao meu diagnóstico, isso tudo levou a um enorme desgaste emocional e a uma torturante espera.
  • Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Anna - Na verdade, por ter um superficial conhecimento, devido a minha formação acadêmica, já tinha forte intuição do meu diagnóstico, e a espera foi muito mais dolorida do que propriamente a certeza do diagnóstico, ele meio que foi um alívio por finalmente chegar ao fim da tortura daquela incerteza. Claro que passa pela cabeça o medo de morrer aos 25 anos de idade sem ter a oportunidade de aproveitar a vida, mas eu nunca desisti!
  • Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Anna - Medo de morrer, medo de não poder concretizar os meus planos, medo de ser abandonada, medo do esquecimento...
  • Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Anna - Já comecei meu tratamento. Obtive meu diagnóstico no final de agosto de 2015, resolvi procurar tratamento no Hospital do Câncer de Barretos, e tive que me "mudar" para Barretos, durante o mês de setembro fiz baterias de exames, mamografias, ressonância, etc. Em Dezembro fiz a mastectomia unilateral do seio esquerdo com reconstrução imediata e iniciei as quimioterapias em Fevereiro de 2016, estou prestes a fazer a terceira quimioterapia do total de seis.
  • Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Anna - A espera... O pior é a incerteza do que acontecerá na sua vida. A espera pelo diagnóstico, depois a espera pelo resultado dos exames, a espera pela cirurgia... A espera pelas quimioterapias, a espera pela cura!
  • Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Anna - Depois da cirurgia, tive problemas com a cicatrização. Da quimioterapia, na primeira vez, tive vômitos, muito Vômitos; já na segunda quimioterapia não tive mais esse sintoma, apenas mal-estar e enjoo, mas só durante a primeira semana. O que mais me ajudou foram as dicas das pessoas que já passaram por isso, e a busca ativa dessas informações pela internet, foi fundamental... Conversar com alguém que já passou ou está passando pelo mesmo com você, faz muito bem, nos dá a sensação que não estamos sozinhos nesse barco, e tirar a atenção do seu problema também é fundamental, a sua vida não deve se limitar a doença, viva como se não estivesse morrendo, porque não estamos... É só uma fase, e vai passar, tentar passar por isso de forma leve é a melhor saída.
  • Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Anna - Aqui o meu hospital, você não tem apenas um médico que é responsável pelo seu tratamento, é uma equipe, então sempre vejo médicos diferentes, por um lado é bom, porque você tem opiniões de diferentes médicos, mas por outro lado, você não cria aquela relação de fidelidade com um médico.
  • Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Anna - Sim, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, decorrentes do próprio tratamento que requer uma atenção multidisciplinar.
  • Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Anna - Sim, fez por um tempo antes de iniciar os tratamentos, acho bastante válido, faz você se abrir e contar seus medos, frustrações, inquietudes, com alguém que você pode fazer isso sem medo de magoar ou causar preocupação, depois que aceitei meu problema e resolvi enfrentar, não busquei mais esse auxílio, mas para as pessoas fragilizadas, é de vital importância.
  • Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Anna - Estou no meio do meu tratamento, então estou afastada do trabalho, da minha família, da minha cidade, do meu noivo, da minha vida, apenas tendo tempo pra mim e pro meu tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Anna - Tive que parar de trabalhar por ter optado por me tratar longe de casa.
  • Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Anna - Sim, busquei, o auxílio-doença, e o TFD, mas sem sucesso em ambos...
  • Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Anna - Meu primeiro projeto, é claro, e terminar meu tratamento e me curar! E tirar disso tudo o melhor possível, porque acredito que Deus tem um propósito para tudo, inclusive para o meu sofrimento, então espero compreender com gratidão, aprender com isso e melhorar como ser humano. Depois disso, retomar minha vida, viajar, casar, amar, ter filhos, ser uma boa profissional, me cuidar, ser feliz!
  • Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Anna - Enfrente! Se Deus lhe deu essa provação, enfrente! Ele tem um propósito para isso, peça ajuda pra Ele pra compreender qual o propósito Dele para sua vida e aceite! Mais que isso, agradeça! Não é uma maldição, é uma bênção, vai te transformar por dentro, você se tornará uma pessoa melhor! Não tenha medo, tenha fé! Nunca desista de você e da sua vida. Você também é responsável pela sua cura, tome posse desse seu poder e torne essa caminhada o mais leve possível, que você verá que passa rápido.
  • Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Anna - Buscando informações na internet acerca do meu diagnóstico e do tratamento.
  • Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Anna - Não me ocorre nada no momento.
  • Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Anna - Diminuir a burocracia para se ter acesso ao tratamento e aos direitos que nós temos: o diagnóstico. Todo tratamento já é sofrido demais para ainda dificultarem nossa jornada.
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