[Câncer de Mama] Aline Borges De Araújo
Aprendendo com Você
- Instituto Oncoguia - Quem é você? (idade, profissão, tem filhos, casada, cidade e estado?) Aline - Sou a Aline, tenho 31 anos. Sou casada, psicóloga, professora e tenho uma filha de dois meses. Sou de São Paulo.
- Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer? Aline - No domingo de Carnaval estava passando creme e senti um nódulo. Estava com quatro meses de gestação e tinha consulta com a obstetra depois de três dias. Minha mãe teve câncer de mama há dois anos e um filme passou em minha cabeça. Fui na médica na esperança de ser algo típico da gestação, mas não era. Ela pediu ultrassom e encaminhou pro Mastologista. Fiz o ultra de manhã, a médica fez o laudo como sendo um ducto mamário entupido. Pedi o laudo e marquei mastologista pro mesmo dia. Quando vi a imagem, achei horrível, isso não era bom sinal. Já tinha trabalhado com câncer de mama e tinha uma noção. Bom, levei pro masto e o laudo do ultra estava errado. Ele me examinou e deu 80% de chance de ser câncer. Agendou uma biópsia no laboratório no dia seguinte pra mim e quatro dias depois ele conseguiu o laudo verbal. Era carcinoma ductal invasivo de alta proliferação. Eu estava grávida e com câncer. rn
- Instituto Oncoguia - Você apresentou sinais e sintomas do câncer? Quais? Aline - Além do nódulo palpável, eu sentia um cansaço incapacitante. Hoje tenho dúvidas se era mesmo só da gestação ou se já era algum sinal da doença.
- Instituto Oncoguia - Quais dificuldades você enfrentou para fechar o seu diagnóstico? Aline - Graças a Deus e aos meus médicos meu diagnóstico se deu nove dias após apalpar o nódulo. Muito diferente do diagnostico da minha mãe, que levou mais de 30 dias. Os médicos foram todos acessando seus contatos e tudo foi muito agilizado.
- Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu? No que pensou? Aline - No primeiro momento, queria ter a certeza que minha filha não seria atingida em nada. Todas as opiniões que ouvi falavam que eu poderia iniciar o tratamento e ela ficaria em segurança. Superado isso, passei a ter medo de não conhecê-la, ou de ela não me conhecer. Pensar em não vê-la crescer, em não participar de sua vida, em ela não saber o quanto me fazia feliz antes mesmo de nascer, me desesperou. Pedi para o meu marido prometer que se algo acontecesse, falaria pra ela sobre mim, sobre o quanto eu a amava e o quanto eu lutei pra que tudo desse certo pra nós duas (ele diz que foi uma das coisas mais difíceis de ouvir).
- Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento? Aline - Tinha medo de ter que escolher entre a minha vida e a vida da minha filha. Quando vi que isso não seria necessário, queria garantir que nós duas ficássemos bem e que eu fizesse o possível pra vê-la crescer. Isso me aterrorizava.
- Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento? Em que parte do tratamento você se encontra nesse momento? Se já finalizou, conte-nos um pouco sobre como foi enfrentar todos os tratamentos? Aline - Sim. Fiz 16 quimios: sete durante a gravidez e nove depois, sendo a última ontem. Agora me recupero da última sessão e me preparo pra cirurgia, que será em duas semanas. Não foi fácil enfrentar os tratamentos, principalmente a parte que estava grávida. Cheguei a vomitar cinco dias seguidos e correr o risco de me alimentar por soro. Sentia um cansaço tão grande, que um da fiquei por quatro horas assistindo um canal que não gostava, porque não tinha força pra pegar o controle e mudar de canal. Mas eu me esforçava e se um dia ficava assim, no dia seguinte fazia o possível pra reagir diferente.
- Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil? Por quê? Aline - A quimio vermelha. Ela derruba muito. Altera o paladar, tem reações gastro-intestinais fortes, vc tem que se adaptar a muita coisa.
- Instituto Oncoguia - Você sentiu algum efeito colateral diante ao tratamento? Como lidou com isso? O que te ajudou? Aline - Sim, muitos, porque foram potencializados pela gravidez. O que ajudou muito foi ter uma equipe muito atenta e empática. Tudo o que eu sentia, relatava. E a médica, as enfermeiras e os demais profissionais iam adequando tudo para que sentisse menos os efeitos.
- Instituto Oncoguia - Como foi/é a sua relação com seu médico oncologista? Aline - Minha médica é um anjo. Sempre disponível, responde minhas mensagens, me liga, faz qualquer coisa pra eu ficar melhor. Teve uma sensibilidade ímpar com o meu caso e nunca vou esquecer a importância dela nessa trajetória.
- Instituto Oncoguia - Você se relacionou com outros profissionais? Se sim, quais e por quê? Aline - Sim. Diversos anjos entraram na minha vida junto com o câncer. Além da onco, a obstetra, que estava na Europa quando fui diagnosticada e mesmo assim foi super presente, chegando a mandar uma receita pra minha casa onze da noite no dia do diagnóstico, pra que eu conseguisse dormir. O mastologista, que teve uma empatia única, um cuidado em cada palavra dita e cada conduta tomada. Os enfermeiros da clínica, que sempre estavam atentos a tudo, mudando tudo o que fosse possível pra melhorar minha condição. A nutri da equipe, a psicóloga da equipe também, além da farmacêutica. Todas unidas pra melhorar minhas condições.
- Instituto Oncoguia - Você fez ou faz acompanhamento psicológico? Se sim, conte-nos um pouco sobre a importância desse profissional nessa fase da sua vida. Aline - Sim, sou psicóloga e fazer terapia é um requisito pra uma boa atuação. Além dela, era atendida algumas vezes durante a aplicação de quimio pela psicóloga da clínica. Foi fundamental o acompanhamento, pois o câncer provoca muitas mudanças e lidar sozinho com isso é loucura. é tão importante quanto o acompanhamento médico e os medicamentos.
- Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje? Aline - Hoje tenho a maior prova que tudo isso valeu a pena: minha Ana Victória. Não consigo cuidar dela sozinha muitas vezes, pelas imposições que a quimio traz. Mas tenho um marido que mudou tudo por nós, uma mãe que está me ajudando muito, além de outros familiares.
- Instituto Oncoguia - Você continua trabalhando ou parou por causa do câncer? Aline - Parei antes mesmo do diagnóstico, no dia da biópsia.
- Instituto Oncoguia - Você buscou seus direitos? Se sim, quais? Aline - Sim. Entrei no auxílio- doença (que foi interrompido no nascimento da minha bebê e substituído pela licença-maternidade, que eu acho muito injusto, já que não estou vivendo o que uma licença maternidade se propõe, já que continuo e tratamento e farei cirurgia ficando 30 dias impossibilitada de qualquer cuidado com a minha filha), resgatei FGTS, e estou entrando com pedido de isenção de rodízio.
- Instituto Oncoguia - Quais são seus projetos para o futuro? Aline - Cuidar e curtir minha filha sem precisar de tanta ajuda, retomar minha vida social, retomar minha vida normal dentro do meu casamento e voltar a trabalhar. Ou seja, retomar a vida que eu conhecia antes da doença.
- Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje? Aline - O mesmo que ouvi da minha onco e passou a ser o meu mantra diário : Você está recebendo um diagnóstico, é difícil, assustador, mas não é uma sentença de morte". O diagnóstico e a doença trazem algumas mudanças, mas temos uma capacidade incrível de adaptação. Há dias que são mais difíceis, mas eles também duram 24 horas, então eles também chegam ao fim. Minha meta é essa: chegar ao fim do dia. NO dia seguinte, renovo minhas forças e cumpro mais uma etapa.
- Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia? Aline - Através da internet, no diagnóstico da minha mãe.
- Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar? Aline - O trabalho de você é ótimo. Dar voz aos pacientes é a melhor forma de ajuda.
- Instituto Oncoguia - O que você acha que deveria ser feito para melhorar a situação do câncer no Brasil? Deixe um recado para os políticos brasileiros! Aline - O tratamento e diagnóstico têm que ser mais rápidos. Enquanto eu ouvia outros médicos, meu tumor dobrou de tamanho (quinze dias). Imagina alguém que espera meses para ser diagnosticada, para se tratar... Essa pode e ser a diferença entre viver ou morrer.
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